7 de octubre de 2023

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Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebrasco).

CONFERENCIA INTERNACIONA UNIFICA LUCHAS CONTRA SAQUEOS Y GUERRAS IMPERIALISTAS.

7 de julio de 2006

Atividade cultural dos participantes canadenses.
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Mais de 150 participantes, de 10 diferentes países, dividiram experiências e conectaram suas lutas no decorrer desta histórica conferência progressista internacional de paz, realizada no período de 16 a 19 de junho passado, em Vancouver, Canadá, pela seção local da ILPS.

Os participantes da conferência “Rumo a Uma Paz Justa e Duradoura” ouviram, em primeira mão, sobre os impactos das guerras, saques e exploração imperialistas no Sul e Norte. E a partir daí, se uniram diante da necessidade de apoio à todas as formas de luta por libertação nacional e social contra o imperialismo, para que se alcance a genuína, justa e verdadeira paz.

Na sua declaração, apresentada em vídeo, o Presidente do Comitê de Coordenação Internacional da ILPS, Prof. Jose Maria Sison, criticou o imperialismo do USA e outras potências por “deflagrarem a pior forma de terrorismo, que são as guerras de agressão”. “O USA é a potência imperialista número 1, o número 1 propagandeador do terrorismo e a origem número 1 da guerra”, disse Sison. Ele condenou o assassinato em massa, perpetrado pelo imperialismo em vários países do mundo, em especial nos países asiáticos . (leia, o documento do Prof. Sison, na íntegra, neste mesmo número do boletim eletrônico do Cebraspo).

Barbara Waldern, membro da ILPS Canadá
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“Após 3 anos de ocupação, o USA não obteve sucesso em exterminar a Resistência Iraquiana”, disse Sammi Ala’a, do Comitê pela Libertação do Iraque, um grupo de solidariedade à lutado povo iraquiano, com base na Europa. “Eles não tiveram sucesso, nem militarmente, nem na tentativa de instalar, no Iraque, um governo marionete”, afirmou Sammi, que no dia 20 de junho, depois de terminada Conferência Internacional participou de um fórum, na Universidade de Vancouver, sobre a situação no Iraque e o desenvolvimento da resistência iraquiana. “Eles não vencerão!”, afirmou Ala’a. “Nós vamos pagar com o sangue das vidas do nosso povo, mas vamos vencer” concluiu ele.

Os palestrantes convidados do Iraque, Palestina, Filipinas, Brasil, México, Paquistão, Canadá e Estados Unidos participaram de uma coletiva de imprensa na manhã do dia 19 de junho, no Kalayaan Centre, em Vancouver. O comunicado e as resoluções da conferência também foram apresentados à imprensa.

Mas, o ponto alto da conferência aconteceu no mesmo dia 19 de junho, à tarde, quando foi realizada uma grande passeata de solidariedade à luta dos povos, em todo o mundo. Os manifestantes caminharam até a sede do consulado norte-americano em Vancouver, onde fizeram um ato de protesto contra as guerras imperialistas e as guerras de agressão contra Iraque e Afeganistão. Após o ato no consulado, a passeata seguiu até o hotel onde se realizava, naquele momento, a reunião do Fórum Mundial Urbano, onde o protesto continuou. Parte dos manifestantes, particularmente os migrantes filipinos residentes em Vancouver fizeram um ato de protesto contra a presença,em Vancouver, no dia 19 de junho, do vice-presidente das Filipinas, quando denunciaram os 690 assassinatos de lideranças populares filipinas durante os anos do governo fascista de Glória Macapagal Arroyo.

Palestrante do primeiro painel de debates
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“Os palestinos possuem uma longa e orgulhosa história de lutas contra a injustiça e nós não vamos nos render,” disse a jovem palestina Rafeef Ziadah, da Coalizão Direito de Retorno Al-Awda, que é integrada pela terceira geração de refugiados palestinos que vivem no Canadá. “Nós utilizamos pedras contra fuzis e nossos corpos contra tanques. Ziadah condenou o apartheid promovido por Israel, que lidera o despejo forçado de 750 mil refugiados palestinos e é responsável pela morte de 30 mil palestinos.

Além das ocupações e das intervenções diretas do imperialismo, os palestrantes registraram o crescimento da resistência popular em todo o mundo, em contraposição ao crescimento do fascismo, que é a política do imperialismo imposta aos povos através de seus regimes marionetes.

“A chave para a luta do povo filipino por libertação nacional e social contra o imperialismo são as centenas de milhares de massas organizadas por todo o mundo”, disse Luis Jalandoni, presidente do Painel de Negociações da Frente Nacional Democrática das Filipinas (NDFP). “Elas são a força revolucionária que a presidente Arroyo e suas forças armadas não podem derrotar,” disse ele.

“Os assassinatos políticos de ativistas são um sinal de desespero por parte do regime de Arroyo,” disse Elmer Labog, presidente do Kilusang Mayo Uno - Movimento Primeiro de Maio, das Filipinas. Ele disse que a presidente Gloria Macapagal Arroyo está usando várias táticas, inclusive abusos, prisões, detenções ilegais, assassinatos e massacres de trabalhadores em greve e/ou líderes sindicais para “intimidar os trabalhadores e forçá-los a recuar na sua luta”. De acordo com Labog, com tantos assassinatos, as Filipinas ocupa, hoje, é um dos países mais perigosos para a luta sindical.

Palestrantes do primeiro painel de debates
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Raquel Scarlatelli, do CEBRASPO, descreveu o crescimento da repressão de Estado contra os estudantes, os camponeses em luta pela posse da terra e destruição do latifúndio e os operários, no Brasil. “Além da fascistização crescente, o povo enfrenta o desemprego, a fome e a miséria. São 14 milhões de brasileiros passando fome e 72 milhões que não têm comida suficiente, em quantidade e qualidade”, acrescentou Raquel, para quem a paz justa e duradoura somente será possível com a luta justa contra aqueles que promovem as guerras e a violência reacionária.

Por sua vez, o mexicano Gabriel Sainos, da Organização dos Camponeses Tradicionais do México, declarou que os povo indígenas em seu país estão sendo duramente reprimidos quando insistem na defesa de seus direitos de auto-determinação e liberdade.

Walli Hader, da organização Roots for Equity, do Paquistão, descreveu a situação da repressão de Estado em seu país. Ele disse que o USA está usando a “guerra ao terror” para justificar diretamente a agressão militar, particularmente na província de Balochistão, que é rica em reservas naturais e faz fronteira com o Afeganistão.

Richard Becker, da ANSWER Coalizão Internacional, uma organização norte-ameriana, também condenou a ocupação liderada pelo USA e condenou a posição ambígua do movimento anti-guerra, alertando que é necessário que ele adquira um caráter antiimperialista, se quer lutar ara acabarcom as guerras imperialistas. “É inadequado, para o movimento anti-guerra, dizer simplesmente dizer “paz”, afirmou Becker. Ele fez um chamado para um “movimento que enfrente o sistema”, para o desenvolvimento da consciência de classe e da popularização da posição antiimperialista.

Atividade cultural das crianças
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Palestrantes e delegados enfatizaram a necessidade de continuar a construção e o fortalecimento da ILPS, que o presidente, José maria Sison, descreveu como sendo “o ponto de reunião dos povos do mundo em suas lutas por um mundo novo e melhor, de liberdade, democracia, justiça social, total progresso e paz”.

“Nos países onde existe uma grande exploração imposta pelo imperialismo, uma tentativa de mitigar a situação é fazer reformas”, disse dra. Carol Araullo, presidente da BAYAN - Nova Aliança Patriótica, das Filipinas. De qualquer forma, é uma ironia e uma contradição, prossegiu ela, que muitas pessoas possam chegar à outra conclusão de que há outra forma de conquistar uma paz justa que não seja fazendo uma guerra justa. “Uma guerra justa é que precede uma paz justa e duradoura”, disse ela.

Secretariado da Conferência “Rumo a Uma Paz Justa e Duradoura”
Liga Internacional de Luta dos Povos - Canadá

Junho, 2006