7 de octubre de 2023

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Brasil: Comunicado de la Liga Obrera (Liga Operária).

GOBIERNO FMI-LULA: RESPONSABLES DE LOS CRIMENES CONTRA EL PUEBLO

(Governo FMI/Lula é responsável e culpado pelos crimes contra o povo).

27 de julio de 2005

O assassinato de vários trabalhadores sem teto na Comunidade “Sonho Real”, em Goiânia, nesta quarta-feira, dia 16 de fevereiro de 2005, perpetrado pelas tropas da policia militar de Goias, deixa claro a culpa e participação do governador Marcondes Perilo (PSDB) e prefeito Íris Rezende (PMDB). Também as demais autoridades culpadas pelos crimes cometidos contra os trabalhadores e lideranças em todo o Brasil.

Segundo informações de moradores da Comunidade “Sonho Real”, ontem, dia 16, em Goiânia, foi presenciado a PM assassinar várias pessoas, em torno de quinze; um número bem superior as duas mortes assumidas pela polícia. Segundo esses mesmos moradores a polícia estaria consumindo com os corpos. O crime cometido por essas pessoas foi o de ser pobres, não ter um teto e estarem desde maio do ano passado, lutando pela dignidade de suas famílias para conquistar um pedaço de chão para construir suas casas. Muitos investiram tudo o que tinham - o minguado 13º salário - na construção de casas de alvenaria em busca de um sonho real.

O heróico povo da Comunidade “SONHO REAL” resistiu bravamente, opondo seus corpos desarmados, paus e pedras, contra a barbárie da tropa da polícia militar. Mais de 800 pessoas foram presas, incluindo mulheres e crianças. Trinta e sete pessoas permanecem ilegalmente presos e foram indiciadas 132.

Durante o período eleitoral, o candidato à prefeito de Goiânia, Íris Resende - PMDB, e o governador Marcone Perilo - PSDB, não cansaram de dizer para as milhares de famílias acampadas que não autorizariam a desocupação da área e que todos poderiam construir suas casas.

Passadas as eleições, veio a autorização para a ação covarde e criminosa da tropa de mais de 2.500 policiais fortemente armados que invadiu o bairro numa ação idêntica a invasão norte-americana em Bagdá. Foi a maior operação policial já realizada em Goiás. Na noite do dia anterior, (dia 15) a PM despejou no acampamento centenas de bombas, numa denominada “Operação Inquietação”, que antecedeu ao ataque e que causou pavor nas milhares de crianças do acampamento. Parecia uma noite de ataque aéreo no Iraque. Ontem, dia 16, a PM manteve a imprensa a um quilômetro do bairro “Sonho Real”. Mesmo assim, alguns jornalistas conseguiram furar o cerco e filmar as atrocidades cometidas pela tropa que, com veículos de guerra e militares pintados com tinta preta nos rostos, uniforme camuflados e armados de fuzis, escopetas, revolveres, pistolas com munição letal investiram contra as famílias pobres; arrombaram portas, destruíram e queimaram casas e espancaram e mataram trabalhadores e até uma criança (conforme relato de moradores).

Os trabalhadores mortos, algemados e torturados, lembram as cruéis cenas das torturas e assassinatos perpetradas pelos militares ianques contra os prisioneiros da Resistência Iraquiana na Prisão de Abu Graib.

Nos últimos dias foi noticiado no mundo inteiro, o assassinato da freira Doroth Stang. Em seqüência foram também covardemente assassinados o colono Adalberto Xavier Leal, e encontrado, dia 15, mais um trabalhador rural assassinado em Anapu. É o terceiro morto no local desde sábado, dia 12/fevereiro. Na manhã do dia 15, foi também covardemente assassinado no estado do Pará, o ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas, Soares da Costa Filho.

Assim como ocorreu com a Chacina dos fiscais da DRT, em Unaí-MG e o assassinato de cinco camponeses pobres e treze feridos (inclusive crianças) em Felisburgo-MG, após os crimes, autoridades do governo correram para a região com todo o aparato policial num engodo de buscar os assassinos. No caso de Unaí, os fiscais já haviam denunciado as ameaças de morte ao delegado regional do Trabalho de MG, Carlos Calazans e a outras autoridades do Ministério do Trabalho; depois de consumado o crime e caído no esquecimento da mídia, um dos mandantes (Antêrio Mânica) virou prefeito com apoio do PT, pela coligação PSDB-PT. No caso de Felisburgo, os trabalhadores também já haviam feito várias denuncias e registrado queixa na delegacia da policia civil da cidade. Agora o mandante, o latifundiário Adriano Chafik Luedy, está na eminência de ser solto, conforme denúncia da CPT-MG, sendo que três pistoleiros contratados por ele foram beneficiados pela juíza da comarca de Jequitinhonha (MG) e aguardam o julgamento em liberdade.

No Pará, a freira Doroth Stang, e o sindicalista Soares da Costa Filho também haviam feito denúncias das ameaças de morte que sofriam e nada foi feito pelas chamadas autoridades estaduais e do governo federal.

Durante muitos anos, Lula e seus comparsas do PT enganaram os eleitores dizendo que quando chegassem no poder resolveriam os problemas do povo. Na sua posse disse que no Brasil tinha espaços para latifundiários e camponeses pobres. Passados mais de dois anos de sua posse, continuam os camponeses pobres mais pobres, os desempregados desempregados, os sem teto sem teto, os pequenos produtores perdendo o pouco que ainda tinham, e pequenos e médios empresários indo a falência. Por outro lado, o governo FMI-Lula viaja com latifundiários, grandes industriais e banqueiros e realiza negócios em outros países para enriquece-los ainda mais. Cria incentivos e investimentos para a minoria de ricaços e alardeia um crescimento econômico, quando na verdade o que cresce é a concentração da riqueza por poucos, a miséria de milhões e a repressão e assassinatos de operários e camponeses pobres.

O governo FMI-Lula manteve o decreto de FHC que criminaliza a luta pela terra; o seu Ouvidor Agrário, Gercino José da Silva Filho, tem participado de reuniões em quartéis da policia militar junto com latifundários, como as reuniões da chamada “Comissão Paz no Campo” no estado de Rondônia. Ele junto com a polícia e em conluio com latifundiários têm ameaçado e mandado prender camponeses pobres.

Neste atual momento, sua Ouvidora adjunta e atual superintendente do Incra em Pernambuco está executando ataques contra os camponeses pobres em assentamentos no interior do estado, além de várias outras armações para criminalizar trabalhadores rurais. Ao mesmo tempo, vários juizes delinqüentes, algozes do sistema, continuam despachando liminares de reintegração de posse para latifundiários e especuladores imobiliários que dominam a terra roubada ou devem milhões de impostos e que são protegidos pelas chamadas autoridades.

Tudo isto demonstra que estamos vivendo em um momento de circunstâncias muito graves - muito próximas ao fascismo! (Não nos esqueçamos que Mussolini foi do Partido Socialista, da Itália, e Hitler foi do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães).

Enquanto Lula, embevecido com seu novo avião de 150 milhões de reais, novamente viaja ao exterior, o Brasil pega fogo e a receita do governo (comandado pelo vice José Alencar, latifundiário detentor de mais de 22 mil hectares no norte de Minas) é enviar tropas do exército, tratando novamente de criminalizar as questões sociais. O povo brasileiro, ao contrário do que apregoa a mídia entreguista, tem memória e não se esquece dos crimes cometidos na região do Pará/Tocantins, e em todo o país, durante o famigerado gerenciamento militar.

Em seu tempo, o governador mineiro, Benedito Valadares, diante de uma situação de greve e instado pelos reacionários a enviar um trem lotado de tropas da polícia contra os grevistas, disse "é melhor enviar o trem pagador!"

Por que ao contrário de enviar tropas do Exercito ao Pará, o governo não decreta sumariamente a expropriação das terras do mandante do crime contra a freira, contra os camponeses e sindicalistas? É de conhecimento público que o mandante do crime tem uma dívida de 30 milhões com o IBAMA! Como pode o governo ser tão leniente com os latifundiários e tão feroz contra os camponeses, como em Pernambuco, no assentamento em Quipapá, onde hoje desembarcou uma "força tarefa" e efetuou prisões de trabalhadores rurais? A superintendente estadual do Incra, Maria de Oliveira, ainda teve o desplante de anunciar que vai pedir a participação do Exército para efetuar ação de desarmamento... Certamente não serão desarmados os latifundiários que como demonstram a chacina dos fiscais do Trabalho, em Unaí e a chacina dos camponeses de Felizburgo - MG, as chacinas no Pará, Rondônia, entre tantos outros crimes, estão fortemente armados e respaldados para cometer todo tipo de crimes contra os pobres.

O resultado do conluio entre governantes, latifundiários, especuladores imobiliários e outros tubarões, juizes, polícia, empurra as massas pobres para o abismo. A conseqüência das chacinas em Anapu e Paraobebas no Pará, Unaí e Felisburgo, em Minas Gerais, em Goiânia e varias outras pelo País tem a mesma raiz neste Estado burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo, genocida e repressor, com políticos canalhas e corruptos, assassinos de escravos, conjurados, canudenses, araguaios, e tantos outros mártires do nosso querido e amado povo.

Por mais tenebrosa que seja a noite o dia sempre vem!

Uma Verdadeira e Nova Democracia vai raiar no Brasil pela força incontida das massas pobres de camponeses e operários!!!

Belo Horizonte, madrugada de 17 de fevereiro de 2005

LIGA DOS CAMPONESES POBRES
LIGA OPERÁRIA